Ana Floripes

6 de set de 2021

Sete de setembro: "A minha bandeira"

Por Ana Floripes - Professora

A MINHA BANDEIRA


 
A minha bandeira não é verde,
 
porque o meu verde,
 
de sul a norte,
 
foi lambido pelo fogo e,
 
das navalhas afiadas,
 
sucumbiu ao corte.
 
A minha bandeira não é amarela,
 
porque o amarelo dela
 
não está no meu pulso, dedos, pescoço ou lapela;
 
foi embora sem deixar rastro, disfarçado e escondido
 
no cofre de algum bandido,
 
só sobrou balastro.
 
A minha bandeira não é azul-anil,
 
porque envenenaram meu rio
 
e encobriram meu céu com uma densa fumaça
 
de insensatez, ignorância e desgraça.
 
A minha bandeira não é vermelha,
 
porque da ideia alvissareira, propalada como panaceia,
 
não resta qualquer centelha.
 
Nem é, a minha bandeira,
 
de outra cor ou estampa:
 
a minha bandeira é BRANCA
 
e fulgura no topo
 
sob o leve sopro
 
da esperança que se refaz,
 
pois, a bandeira do meu país
 
só recuperará sua matiz
 
se for pintada
 
sobre o fundo
 
branco da PAZ.
 
Autor: (A.C.)